Cinco candidatos disputam presidenciais enquanto TAP enfrenta investigação por insolvência culposa
As mais recentes sondagens políticas revelam um cenário inédito nas próximas eleições presidenciais, com cinco candidatos separados por apenas seis pontos percentuais. Enquanto isso, a TAP SGPS enfrenta uma investigação judicial que pode levar antigos e atuais administradores aos tribunais.
Corrida presidencial sem favorito claro
A sondagem de dezembro da Pitagórica expõe a fragmentação do panorama político português. Luís Marques Mendes lidera com 20,7% das intenções de voto, mas perde quase três pontos face ao mês anterior. Logo atrás, o socialista António José Seguro surge com 19,9%, seguido de André Ventura com 19,1%.
Mais significativa é a queda do almirante Henrique Gouveia e Melo, que despencou quase 13 pontos desde outubro, ficando agora com 15% e apenas uma décima acima de João Cotrim de Figueiredo (14,9%).
Esta dispersão de votos reflecte o descontentamento popular com as opções políticas tradicionais, numa altura em que os portugueses enfrentam crescentes dificuldades económicas e sociais.
Legislativas: empate técnico entre três forças
No campo das legislativas, o barómetro da Intercampus confirma a instabilidade política. A AD de Luís Montenegro mantém-se na frente com 24,1%, mas sem margem confortável face ao PS de José Luís Carneiro (23,9%) e ao Chega de André Ventura (22,1%).
Esta "luta a três" demonstra como o bipartidarismo tradicional está em crise, com a extrema-direita a consolidar-se como terceira força política, aproveitando-se do desencanto das classes trabalhadoras.
Reforma laboral: patronato critica Governo
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços, João Vieira Lopes, não poupou críticas ao processo de negociação da reforma laboral. Em declarações que revelam as tensões no seio do poder económico, admitiu que o Governo "não tinha uma proposta estudada de forma adequada".
Esta confissão expõe como as políticas laborais são conduzidas sem preparação adequada, prejudicando os direitos dos trabalhadores numa altura em que estes mais precisam de protecção social.
TAP: Administradores arriscam património e prisão
O caso mais explosivo surge com a decisão do Tribunal de Lisboa de investigar se a insolvência da TAP SGPS foi culposa. Esta investigação pode levar antigos e actuais administradores a responder criminalmente pelas suas decisões.
Ramiro Sequeira, Christine Ourmières-Widener, Luís Rodrigues e Gonçalo Pires arriscam agora o seu património pessoal e até pena de prisão. A investigação surge na sequência de uma queixa da companhia brasileira Azul, que contesta o processo de insolvência.
Este desenvolvimento representa um momento crucial para a transparência na gestão de empresas públicas, numa altura em que os contribuintes portugueses já gastaram milhões na reestruturação da transportadora aérea.
Tesla aproveita incentivos públicos
Numa nota mais ligeira, a Tesla de Elon Musk conseguiu enquadrar o seu Model 3 nos incentivos governamentais à mobilidade sustentável, baixando o preço para 36.990 euros. Uma jogada comercial que permite à marca norte-americana beneficiar de fundos públicos destinados à transição energética.
Resta saber se estes incentivos chegam efectivamente às famílias trabalhadoras ou se apenas beneficiam quem já tem poder de compra para adquirir veículos de luxo.