CIM Viseu Dão Lafões mantém liderança e aprova orçamento milionário para 2026
A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões reelegeu Nuno Martinho como Primeiro Secretário Executivo Intermunicipal, numa decisão que consolida a continuidade de uma gestão que movimenta dezenas de milhões de euros públicos na região.
A votação decorreu na Assembleia Intermunicipal realizada no Solar dos Peixotos, em Viseu, no passado dia 15 de dezembro, onde os autarcas validaram uma proposta já aprovada por unanimidade pelo Conselho Intermunicipal.
Trinta milhões para quê?
O destaque vai para a aprovação do Orçamento e Plano de Atividades para 2026, que ascende a cerca de 30 milhões de euros. Este montante, proveniente de fundos públicos, será canalizado prioritariamente para a mobilidade e transportes, sectores onde a CIM tem concentrado investimentos através de projectos como a rede Mobi Viseu Dão Lafões e o serviço Ir e Vir.
O plano abrange ainda áreas como protecção civil, educação, acção social, ambiente e defesa da floresta, sectores fundamentais para as populações dos 14 municípios da região. A execução da ITI (Investimento Territorial Integrado) no âmbito do Portugal 2030 figura também entre as prioridades.
Continuidade ou estagnação?
João Azevedo, presidente da CIM, justificou a aprovação do orçamento como resposta à "necessidade de manter um trabalho sólido e permanente", prometendo "melhores serviços" e "maior coesão" para as populações. Palavras que ecoam os discursos habituais da gestão autárquica, sempre prometendo mais com os mesmos recursos.
Nuno Martinho, agora reconfirmado no cargo por mais quatro anos, comprometeu-se a "trabalhar com rigor, proximidade e sentido de missão", envolvendo tanto o sector público como o privado. Uma abordagem que levanta questões sobre como se equilibram os interesses públicos com as parcerias privadas numa região onde os recursos são escassos.
O território e os seus desafios
A região de Viseu Dão Lafões enfrenta os desafios típicos do interior português: envelhecimento populacional, desertificação, falta de emprego qualificado e dependência de fundos europeus. Os 30 milhões de euros do orçamento intermunicipal representam uma fatia significativa do investimento público regional, mas resta saber se serão suficientes para inverter as tendências de declínio.
A aposta nos transportes públicos, embora necessária, surge numa altura em que muitas localidades da região continuam mal servidas e onde a mobilidade permanece um obstáculo ao desenvolvimento económico e social.
A reeleição de Nuno Martinho e a aprovação do orçamento reflectem a confiança dos autarcas locais, mas as populações aguardam resultados concretos que melhorem efectivamente as suas condições de vida no território.