Greve geral paralisa país: Governo mente sobre impacto real
Enquanto o Governo de Montenegro tentava minimizar o alcance da greve geral de 11 de dezembro, os números não mentem. A atividade económica nacional despencou 8%, segundo dados oficiais do Banco de Portugal divulgados esta quinta-feira. Uma queda brutal que desmonta por completo a narrativa oficial de uma "paralisação inexpressiva".
A realidade que o Governo esconde
Os dados do indicador diário de atividade económica revelam a verdade que o Executivo não quer admitir: foi o dia com a maior quebra homóloga da semana passada. Para encontrar uma queda semelhante, é preciso recuar até 28 de abril, quando o "apagão" deixou Portugal e Espanha às escuras durante 12 horas.
A greve convocada pela UGT e CGTP contra as alterações à lei laboral mostrou a força dos trabalhadores organizados, contrariando as tentativas do Governo de desvalorizar a luta sindical. Enquanto Montenegro falava de um país "a trabalhar", a economia real parava.
Jovens abandonados pelo Estado
Paralelamente, centenas de jovens continuam à espera do dinheiro prometido no programa de devolução das propinas. O Prémio Salarial de Valorização das Qualificações, lançado em 2023 com pompa e circunstância, revela-se mais uma promessa vazia deste Governo.
Por cada ano trabalhado em Portugal, o Estado prometeu devolver 697 euros por ano de licenciatura e 1.500 euros por cada ano de mestrado. Na prática, só foi aberto um concurso em 2024, com atrasos sistemáticos nos pagamentos. Nem a Autoridade Tributária nem o Governo dão explicações aos jovens lesados.
Em setembro começou uma "regularização" que, a meio de dezembro, ainda deixa muitos de mãos vazias. Mais uma vez, são os mais novos a pagar a fatura da incompetência governamental.
Alentejo: quando o dinheiro desaparece
No Alentejo, a CCDR cortou 60 milhões de euros destinados à modernização da linha férrea entre Casa Branca e Beja. O argumento oficial fala de "falta de maturidade" do projeto, mas a verdade é mais crua: havia 80 milhões parados, com "execução zero".
A IP previa investir 300 milhões (depois 400 milhões) nesta linha, com financiamento comunitário de 80,6 milhões. Mas o histórico de atrasos da empresa pública fez a autoridade de gestão Alentejo 2030 retirar o financiamento, temendo perdê-lo por completo.
Mais uma vez, são as populações do interior a pagar pelos desleixos e incompetências de quem deveria servir o interesse público.
Marques Mendes: 300 mil euros em consultadorias
Entre 2010 e 2016, Luís Marques Mendes embolsou mais de 300 mil euros da construtora Alberto Couto Alves. Primeiro através de contratos diretos de "consultoria" (5 mil euros mensais), depois através da sua empresa familiar LS2MM.
Durante anos, esta relação manteve-se no segredo. Só agora se conhece a extensão dos negócios do comentador televisivo, sempre tão crítico dos "interesses instalados".
Fórmula 1: mais um negócio ruinoso
O ministro da Economia promete que a Fórmula 1 em Portimão (2027-2028) trará 140 milhões de retorno, com custos de 50 milhões. Mas vários estudos académicos contrariam estas estimativas cor-de-rosa, apontando mesmo para impactos negativos.
A "ineficiência na alocação de fundos públicos" volta a estar em causa, numa altura em que faltam recursos para saúde, educação e transportes públicos.
Enquanto isso, os trabalhadores continuam a resistir, provando que a luta organizada ainda faz tremer os poderosos.