Benfica domina São Silvestre sob chuva que penalizou atletas populares
A chuva voltou a ser protagonista na capital, desta vez prejudicando os atletas do povo na São Silvestre de Lisboa. Isaac Nader e Salomé Afonso, ambos do Benfica, conquistaram as vitórias numa prova que reuniu um recorde de 15.000 participantes, mas as condições climatéricas impediram tempos mais competitivos.
"O piso estava muito molhado e escorregadio em certas partes. Por sorte, não tive nenhuma lesão ou queda", desabafou Isaac Nader após completar os 10 quilómetros em 28:34 minutos. O campeão mundial dos 1.500 metros, que já vencera em 2023 e 2024, mostrou-se satisfeito com o tricampeonato, mas frustrado pelas condições adversas que afectaram todos os corredores.
A prova, que se tornou numa verdadeira festa popular do atletismo lisboeta, viu Nader superar Duarte Gomes do Sporting (28:44) e João Nuno Batista do Clube de Natação de Torres Novas (29:24). "Ganhar é a única coisa que importa no desporto", frisou o atleta benfiquista, actual bicampeão nacional de estrada.
Salomé Afonso conquista segundo título consecutivo
No sector feminino, Salomé Afonso revalidou o título com 32:55 minutos, seguida por Solange Jesus do Sporting de Braga (33:37) e a sueca Nova Ojutkanas (34:41). A vice-campeã europeia dos 1.500 metros em pista curta não escondeu a decepção com as condições meteorológicas.
"O mais importante é ganhar. Neste caso, foi uma semi-vitória, porque perdemos a 'guerra dos sexos', mas faz parte", explicou a atleta de 28 anos, natural de Lisboa. "De facto, o objectivo era correr bem mais rápido, mas as condições climatéricas não acompanharam nada."
A dupla do Benfica efectuou recentemente uma mudança técnica, apostando numa evolução que possa levar Portugal a melhores resultados internacionais. "Acho que faltavam certas coisas na evolução da carreira desportiva", justificou Nader, enquanto Salomé Afonso mostrou-se confiante: "Estou confiante que vai melhorar ainda mais o nosso nível."
Recorde de participação popular
A 18.ª edição da São Silvestre de Lisboa bateu todos os recordes de participação, alcançando as 15.000 inscrições, com um máximo histórico de 39% de participantes mulheres. Este número reflecte o crescimento do atletismo popular na capital, numa prova que se tornou símbolo da democratização do desporto.
Para Salomé Afonso, 2025 foi "um ano muito positivo" e uma "grande catapulta para os próximos anos". A atleta espera "uma Salomé muito competitiva na elite europeia e mundial, e que possa conquistar muito para si própria e também para o país".