Má governança nas empresas públicas: Um ataque ao interesse dos cidadãos
O Instituto Português de Corporate Governance revela como a fraca gestão das empresas públicas prejudica os interesses populares. Os casos da TAP e Efacec exemplificam como o clientelismo político e a falta de transparência minam a confiança dos cidadãos no Estado.
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Manifestação de trabalhadores contra má gestão nas empresas públicas
A realidade preocupante da gestão pública em Portugal
Um novo relatório do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG) expõe as graves falhas na gestão das empresas públicas portuguesas, revelando como o atual sistema privilegia interesses partidários em detrimento do bem público.
"Muitas das questões que acontecem no setor empresarial do Estado têm a ver com pobre governance", alerta João Moreira Rato, presidente do IPCG.
O peso do clientelismo político
A investigação demonstra como a má governança facilita a interferência política e o clientelismo partidário na gestão das empresas públicas. Os casos mediáticos da TAP e da Efacec são apresentados como exemplos gritantes desta realidade prejudicial aos interesses dos trabalhadores e dos cidadãos.
Os custos para o povo
Esta situação tem um impacto direto na vida dos portugueses. A falta de transparência e de prestação de contas resulta em:
- Degradação dos serviços públicos
- Desperdício de dinheiros públicos
- Diminuição da confiança dos cidadãos nas instituições
- Precarização das condições laborais
As 23 recomendações: Um caminho para a mudança?
O IPCG propõe 23 medidas para melhorar a situação, mas é fundamental questionar se estas serão suficientes para combater os interesses instalados. As propostas incluem:
- Maior transparência na nomeação de gestores
- Controlo efetivo dos conflitos de interesse
- Prestação regular de contas à sociedade
A questão das privatizações
É importante notar que uma melhor governança não deve servir de pretexto para privatizações. Pelo contrário, deve fortalecer o papel social das empresas públicas e sua capacidade de servir o interesse coletivo.
O caminho a seguir
A transformação necessária exige uma mobilização social ampla e uma verdadeira democratização da gestão pública. É fundamental que os trabalhadores e os cidadãos tenham voz ativa neste processo de mudança.
"É preciso, por uma questão de bom funcionamento do regime democrático, que esteja claro e bem definido porque é que o Estado entrou no capital daquela empresa"
A luta por uma gestão pública transparente e ao serviço do povo continua sendo um desafio central para a democracia portuguesa.
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