Politics

Governo Aumenta Linha de Crédito para Angola em 750M€: Uma Política Económica ao Serviço de Quem?

O governo português aumentou em 750 milhões de euros a linha de crédito para operações empresariais em Angola, totalizando 3.250 milhões. Esta decisão política privilegia grandes empresas num momento de dificuldades sociais em Portugal, levantando questões sobre as prioridades do executivo.

Publié le
#política económica#relações Portugal-Angola#Montenegro#João Lourenço#investimento externo#desigualdade social#grande capital

Montenegro Anuncia Reforço Milionário para Empresas Portuguesas em Angola

O governo de direita português anunciou hoje um aumento significativo da linha de crédito do Banco Português de Fomento, elevando para 3.250 milhões de euros o apoio às operações de empresas portuguesas em Angola. Este reforço de 750 milhões de euros levanta questões sobre as prioridades do executivo num momento em que milhares de portugueses enfrentam dificuldades económicas.

Um Crescimento Questionável em Tempos de Austeridade

Num período em que os serviços públicos portugueses enfrentam cortes orçamentais e os trabalhadores lutam contra a precariedade, o primeiro-ministro Luís Montenegro optou por privilegiar o grande capital com um aumento de 62,5% desta linha de crédito em apenas um ano.

"Estamos a falar de um aumento de 2 mil milhões para 3.250 milhões de euros num ano", declarou Montenegro, apresentando estes números como um triunfo da sua política externa.

Quem Beneficia Realmente?

Enquanto cerca de 1.250 empresas portuguesas operam em território angolano, é importante questionar quem são os verdadeiros beneficiários deste apoio estatal. São principalmente grandes grupos económicos que já dispõem de recursos consideráveis, enquanto as pequenas e médias empresas continuam a lutar pela sobrevivência em Portugal.

Cooperação Bilateral: Para Além dos Números

Durante a cerimónia, que contou com a presença do Presidente angolano João Lourenço, foram assinados novos acordos de cooperação em várias áreas:

  • Promoção do investimento externo
  • Transportes terrestres
  • Protecção civil
  • Segurança pública

Contudo, é notória a ausência de medidas concretas para beneficiar os trabalhadores e as populações mais vulneráveis de ambos os países.

Uma Política Externa que Merece Debate

No ano em que Angola celebra 50 anos de independência, esta visita oficial e o reforço do financiamento exigem uma reflexão profunda sobre o modelo de cooperação que queremos construir entre os dois países, para além dos interesses das grandes empresas.