Crise de Saúde Pública: Habitações São Principal Foco do Aedes Aegypti
Novo estudo revela que 93,7% dos focos do Aedes aegypti em Boa Vista estão em residências e comércios, expondo grave crise de saúde pública e desigualdade social na região.

Agente de saúde realiza inspeção em área residencial de Boa Vista para combate ao Aedes aegypti
Em plena transição climática, com alternância entre dias quentes e chuvas intensas, um novo estudo revela uma situação alarmante que expõe as fragilidades do sistema de saúde pública em Boa Vista. O terceiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2025 identificou que 93,7% dos focos do mosquito transmissor da dengue encontram-se em residências e estabelecimentos comerciais.
Crise Habitacional e Saúde Pública
Esta realidade destaca como as condições precárias de habitação e infraestrutura urbana afetam diretamente a saúde da população. Das 799 amostras positivas para larvas de Aedes aegypti, apenas 6,3% foram encontradas em terrenos baldios, evidenciando que o problema está literalmente dentro das casas dos cidadãos.
Desigualdade Social Refletida na Distribuição dos Casos
Os bairros mais afetados - Dr. Silvio Leite, Alvorada, Jardim Caranã, União, Piscicultura e Santa Tereza - são justamente aqueles onde as estatísticas oficiais mostram maior vulnerabilidade social. Esta situação expõe como as questões de saúde pública estão intrinsecamente ligadas às desigualdades socioeconómicas.
Medidas Preventivas Essenciais
- Verificação semanal dos quintais para eliminação de criadouros
- Gestão adequada do lixo doméstico
- Vedação correta de recipientes de água
- Higienização regular dos bebedouros de animais
Mobilização Comunitária
O superintendente de Vigilância em Saúde e Ambiente, Paulo Linhares, anunciou uma nova estratégia de zoneamento, apelando à participação ativa da população: "Precisamos que a comunidade receba os agentes e permita as inspeções necessárias para combater esta epidemia social".
"A questão não é apenas de saúde pública, mas de justiça social. As populações mais vulneráveis são sempre as mais afetadas por estas crises sanitárias", destaca Samuel Garça, diretor da Unidade de Vigilância.