Alerta de Saúde Pública: Casos de Hepatite Disparam 525% no Distrito Federal Brasileiro
O Distrito Federal brasileiro enfrenta uma grave crise sanitária com o aumento de 525% nos casos de hepatite A. Esta situação alarmante expõe falhas sistémicas no acesso à saúde pública e prevenção, afetando principalmente as camadas mais vulneráveis da população.

Vacina contra a hepatite disponível na rede pública do Distrito Federal
Crise sanitária revela falhas no sistema público de saúde
Num momento em que o sistema de saúde público enfrenta desafios crescentes, o Distrito Federal brasileiro regista um aumento alarmante de 525% nos casos de hepatite A, expondo graves fragilidades no acesso aos cuidados básicos de saúde.
Números que denunciam uma realidade preocupante
Os dados são reveladores: só até junho deste ano, 39 pacientes testaram positivo para hepatite A, ultrapassando metade dos 79 casos registados em todo o ano anterior. A hepatite B também registou um aumento de 3,35%.
"Às vezes, as pessoas não sabem que têm uma cirrose e só descobrem quando há uma ruptura de uma variz de esôfago, quando desenvolvem ascite ou um câncer de fígado", alerta a hepatologista Liliana Sampaio Costa Mendes.
O rosto humano da crise
O caso de Cristiano Botafogo, trabalhador de 45 anos, ilustra a realidade brutal desta doença. Internado durante 10 dias, relata sintomas inicialmente confundidos com uma simples virose intestinal. "Era como se eu tivesse comido 10 feijoadas, mas sem o benefício de ter comido uma feijoada", descreve.
Falhas no sistema de prevenção
A especialista Liliana Mendes aponta para uma falha sistémica: a população adulta não é sistematicamente vacinada contra a hepatite A. Esta lacuna no sistema preventivo expõe milhares de cidadãos ao risco de contrair a doença.
Acesso à vacinação: um direito fundamental em risco
Apesar da disponibilidade gratuita de vacinas na rede pública, a cobertura vacinal permanece abaixo do ideal:
- Hepatite A: 88,4% em crianças de 12 meses
- Hepatite B: 89,3% em menores de um ano
- Ambas abaixo da meta estabelecida de 95%
Medidas urgentes necessárias
A situação exige uma resposta imediata das autoridades sanitárias, com:
- Ampliação do acesso à vacinação
- Campanhas de consciencialização mais efetivas
- Reforço do sistema de saúde pública
- Maior investimento em prevenção